Sol Nascente

Brilha sol, mais um dia. Tenta trazer consigo a essência e o calor que aquece muitos espíritos. Levante e brilhe, como todos os dias, mas me trás um novo brilho, uma nova esperança, um recomeço.

O que fazer se não rir?

O que fazer se não rir? Rir da própria desgraça e da amargura de não ter o que deseja.
De não poder simplesmente dizer: Estou feliz pelo que tenho.
De nada poder fazer sem ver os outros terem.

Do que adianta ser alguém que você não é?
E ter de mentir com seus olhos para que os outros não vejam.
Ter de falar, palavras jamais ditas para apenas não fazer nada.

E rir? O que tem o ato de rir?
Rir para espantar os males;
Sorrir para enganar a tristeza;
Sair para atrair o que não mais se tem.

E no final, quem sou eu?
Um eu perdido na escura trajetória da vida;
Ou um Eu que já não mais sou eu?

É o ato de viver, o ato de sofrer;
Uma dupla sertaneja que não se separa;
O amor que assim como a dor vivem
Sem nunca terem se separados
Sem nunca pensarem em se divorciar
Uma dupla tão pior quanto à inveja e a ira;
Tão pior quanto eu e você

Mas rir... Rir para quê?Por que não mais sei rir;
Muito menos sorrir;
Muito menos ser feliz.

Por que não mais sou quem sou;
Não mais serei quem era;
Nem mais serei que pensava ser.
Apenas serei um nada
Perdido nas terras sem terras;
Por que eu, não sou mais eu;
Assim como você, não mais é você.